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Como acontece noutras localidades, também Viana do Alentejo tem o seu Arquivo Histórico Municipal. Tal designação pretende expressar duas realidades distintas mas complementares: por um lado, ao ser classificado como histórico, pretende-se evidenciar que o conjunto da documentação que o constituiu resulta da produção documental levada a cabo ao longo de séculos e que na actualidade se reveste já de um valor cultural único, permitindo os estudos de cariz histórico e a preservação da memória dos factos do passado; por outro, a denominação de municipal surge por nele se encontrarem documentos produzidos e ou acumulados por diversas instituições municipais vianenses.


Embora constituído, essencialmente, por documentação produzida e/ou acumulada pela Câmara Municipal de Viana do Alentejo – entidade que detém a sua posse e que tem por missão a sua salvaguarda e divulgação – nele se encontram também outros fundos documentais de outras instituições de Viana e ainda de instituições das freguesias de Alcáçovas e de Aguiar, bem como da cidade de Évora, que aí foram sendo integrados no decurso de diferentes circunstâncias, mais, ou menos, evidentes.
Nele se encontram fundos de arquivo de instituições político/administrativas, judiciais, religiosas, assistenciais e culturais, com conteúdos que, cronologicamente, se situam entre o ano de 1408 e o de 1981.
Não é conhecido o seu trajecto no que se refere a instalações e zonas de depósito mas o que é possível saber sobre a mudança de espaços da própria câmara faz supor que, originalmente, se encontrasse nos primitivos paços do concelho, que a tradição historiográfica situa dentro do recinto do castelo; terá passado para a nova câmara construída na praça no século XVII (edifício da actual biblioteca); no século XX transitou para o edifício actual dos paços do concelho na Rua Brito Camacho; para, posteriormente, ser reenviado para o edifício onde se encontra actualmente e onde já estivera. Este, que desde a década de oitenta do século XX, alberga também a Biblioteca Municipal.
Neste percurso, longo e acidentado, foi sendo aumentado pela produção crescente de documentação, à medida que a própria administração autárquica se complexificou, mas também foi sendo delapidado pela voragem dos tempos e pela incúria dos homens. Sofreu, ainda, tentativas mal sucedidas de organização.
Deste modo, o que o que se encontrou em Novembro 2004, quando se iniciaram os trabalhos de organização, inventariação e acondicionamento deste arquivo, foi apenas uma parte – a restante – do que terá sido produzido ao longo dos tempos, e acumulada sem qualquer respeito pela proveniência ou pela ordem original da documentação.
Porém, em Novembro de 2005, todo aquele conjunto desordenado, que nos chegou até aos dias de hoje, se transformara num arquivo organizado e consultável, disponível para ser lido e interpretado, de modo a contribuir, de sobremaneira, para a produção historiográfica sobre o concelho e, igualmente, sobre o país.

Fátima Farrica
Setembro de 2010

  

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